
Por que Anjo?
Já me perguntaram muito porque faço investimentos anjo. Tanto, que na falta de uma resposta, comecei a me perguntar também.
A primeira tentativa de resposta flerta com o retorno financeiro, mas não poderia ser menos verdadeira. De fato, eu faço uma boa análise do potencial financeiro de um projeto, seu modelo de negócios, o potencial econômico, o tamanho do mercado, a posição na cadeia de valor, quanto de poder transfere ao consumidor/cliente, quem seriam os potenciais parceiros ou investidores estratégicos que se interessariam pelo negócio um dia no futuro…
Mas dois fatores me fazem perceber que não é por isso que faço investimentos anjo: o primeiro é que dificilmente acompanho o investimento como um investimento. Ou seja, considero o investimento perdido no instante seguinte que faço a transferência bancária (o famoso write-off). Comportamento que deve ser fortemente revisado caso eu me torne um investidor de dinheiro de terceiros (rs!). Mas isso não quer dizer que não cobro os fundadores por resultado ou que não tento contribuir para o sucesso da empresa. Simplesmente não espero ficar rico com estes investimentos.
O segundo motivo que justifica não ser um investimento financeiro é que a análise não para no fato dos números fecharem. Já deixei de investir em projetos que pareciam ótimos financeiramente, mas que não tinham o que eu considerava good karma. Ou mesmo projetos em que eu não identificava nos fundadores e/ou na empresa os valores que compartilho. Ou que simplesmente não tinham o sonho que eu gostaria de compartilhar.
Ou seja, a alma do negócio e o sonho do empreendedor, no meu ponto de vista, valem mais que o resultado financeiro. É isso que compro, que acredito, que invisto. Mais, é isso que quero compartilhar: o sonho. Não tem nada mais prazeroso.
Um segunda possível resposta seria dizer que é o meu MBA. Já disse isso muito e é, em boa parte, verdade. Aprendo, hoje em dia, mais com empreendedores do que na sala do MBA. Ao tocar diferentes modelos de negócios em diferentes setores todo os meses, cada start-up com suas dificuldades, nos tornamos mais abertos para o que está acontecendo. Mais conectados. Mais sinapses.
Cada fundador com seus desafios e problemas, e com enormes limitações de orçamento, formula alternativas criativas para superar os obstáculos. Muitas vezes com soluções, se não inéditas, diferentes das muitas vezes encontradas na academia. É, nem todos os caminhos foram traçados ainda.
Essa pluralidade de ideias me torna um empreendedor e CEO melhor, da mesma forma que ser empreendedor de uma empresa que passou por vários desafios me torna (acredito, rs) um investidor anjo melhor.
Mas não precisaria investir nas empresas pra fazer isso, certo? Já o faço como pro-bono na Endeavor (http://www.endeavor.org.br), onde atuo como mentor e membro do Conselho de Administração e sou exposto à nata do empreendedorismo de impacto Brasileiro.
No final, acredito que seja um pouco do meu hobby, do meu vício. É definitivamente minha cachaça: tem gente que gosta de colocar seu dinheiro e seu tempo livre em relógios, carros, vinhos, gravatas… eu gosto de start-ups… Empresas que vão dar poder ao indivíduo, ao consumidor, tocadas por gente talentosa e inteligente e, portanto, sexy.
Como sempre me perguntam no que investi e quais start-ups sou sócio ou não, segue abaixo uma lista, não necessariamente exaustiva, dos meus investimentos ou participações** em start-ups:
E-midia
http://www.maisequilibrio.com.br
Fundada em 1997, a e-Midia é uma das pioneiras da internet brasileira, dedicando suas operações ao segmento de verticais com audiência feminina. Começou com o CyberCook, a mais completa propriedade e comunidade on-line de culinária no Brasil e, em 2001, lançou seu vertical dedicado ao crescente tema de bem estar: o CyberDiet. Em 2008, estreou o VilaMulher, vertical feminino baseado em informação editorial de estilo de vida para mulheres e que também reúne mais de 2.300 blogueiras de assuntos diversos do amplo universo feminino. Em 2012, colocou no ar o MaisEquilíbrio, cuja missão é tornar-se portal referência em qualidade de vida e bem estar no Brasil.
A e-Mídia atinge por mês mais de 8 milhões de usuárias únicas (não duplicadas), com suas propriedades e acompanha a trajetória e a experiência destas mulheres na internet.
Ascenty
A Ascenty é focada em operar Data Centers em conjunto com redes proprietárias de fibra ótica fornecendo serviços de engenharia, hospedagem gerenciada, computação em nuvem, gestão e gerenciamento e serviços de alta capacidade de conectividade. Ligados a estas redes, a Ascenty garante um serviço de ponta-a-ponta de qualidade.
Prontmed
Prontmed é uma empresa de big data que coleta dados clínicos através de um prontuário eletrônico utilizado por médicos, tornando-os mais produtivos ao organizar as informações de saúde em um banco de dados estruturado. A equipe tem 18 anos de experiência no desenvolvimento de prontuário eletrônico e a Prontmed tem mais de 1.500 médicos ativos e contratos de longo prazo com o HC-FMUSP (maior hospital da América Latina) e Pfizer, além de promoções recentemente fechadas com uma companhia de seguros líder e um laboratório de diagnóstico.
Lema21
A Lema21 é uma marca de óculos que oferece produtos de qualidade por um preço justo. Comercializa via internet produtos de grau (lentes inclusas) e sol, contornando intermediários da cadeia tradicional. A marca foi pioneira no comercio eletrônico brasileiro com o Serviço “Prove em Casa”, em que envia um kit de 4 óculos por 4 dias para o consumidor provar antes de realizar a sua compra. Além disso, promove a campanha social “Compre 1 e doe 1”, em que para cada óculos comprado o valor de um óculos simples é revertido para pessoas com deficiência visual. Conheça: www.lema21.com.br
Grubster
Com a missão de ocupar as mesas vazias dos restaurantes com clientes satisfeitos, o Grubster oferece 30% de desconto na conta dos melhores restaurantes. Sem vouchers ou carteirinhas, no Grubster o cliente é sempre tratado pelo nome – com total discrição. E o desconto é aplicado sobre todo o cardápio – comida e bebida incluso – sem restrições.
Canal da Peça
https://www.canaldapeca.com.br/
Lançado em 2012, o Canal da Peça é uma plataforma especializada na oferta de soluções digitais para o segmento de reposição automotiva. Dentre seus serviços, destaca-se o desenvolvimento de catálogos digitais para fabricantes e importadores, lojas virtuais para varejistas especializados, assim como acesso a milhões de ofertas de peças e acessórios para reparadores e clientes finais através de seu portal canaldapeca.com.br.
MarketUP
O MarketUP é uma startup inovadora que acredita no impacto das micro, pequenas e médias empresas (PMEs) e sua atitude empreendedora no desenvolvimento do cenário econômico através de soluções completas, seguras e gratuitas de gestão.
Gympass
O Gympass é um site que comercializa diárias avulsas para quem se exercita com pouca frequência ou mensalidades que dão acesso a centenas de academias para quem se exercita muito. A empresa atende a todos aqueles que buscam por uma vida mais saudável, mas não desejam manter um contrato fixo com uma academia ou uma rede específica.
Clicksign
A Clicksign é um aplicativo de assinatura eletrônica de documentos. Utilizada por empresas com o objetivo de acelerar vendas, reduzir custo e complexidade, e aumentar compliance, com a Clicksign a assinatura é feita de maneira simples, em apenas um clique, sem a necessidade de e-CPF ou e-CNPJ. Aplicável a propostas comerciais, contratos de prestação de serviços, propostas de seguros, empréstimos bancários, aprovações internas, contratos financeiros, matrículas escolares etc. O serviço funciona stand-alone ou embarcado em aplicações como CRMs e portais.
** Com exceção do Grubster e da E-midia, onde minha participação é de 15% e 12% respectivamente, todas minhas participações são inferiores a 10%. Alguns investimentos/participações não estão na lista por questões de necessidade de confidencialidade por parte dos negócios.
(*) Fundador do Buscapé Company e
Membro do Conselho da Fundação Endeavor